Políticas afirmativas para inclusão de mulheres no mercado de TI: a importância para o futuro.

Políticas afirmativas para inclusão de mulheres no mercado de TI: a importância para o futuro. O mercado de trabalho de TI enfrenta uma lacuna significativa de mulheres em seus quadros profissionais.

O mercado de trabalho de Tecnologia da Informação (TI) enfrenta uma lacuna significativa de mulheres em seus quadros profissionais. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) dão conta que apenas 20% dos profissionais de TI são mulheres. Por conta dessa discrepância, as políticas afirmativas se tornam particularmente importantes para a inclusão de mulheres no mercado de trabalho de TI.

Ao longo dos últimos anos, muitas organizações têm implementado políticas afirmativas voltadas para promover a inclusão delas neste mercado. De acordo Simone Cipriano, gerente de RH da Runtalent, a adoção de toda e qualquer política afirmativa com intuito de aumentar a presença delas em uma área de atuação ainda predominantemente masculina e com pouco incentivo à qualificação feminina é urgente e muito bem-vinda. “Um ponto fundamental é que as empresas precisam se lembrar de que equipes diversas geram soluções mais eficazes, o que tem o potencial de proporcionar muita rentabilidade para o negócio. Por isso, incentivar a atuação das mulheres na tecnologia é benéfico para todos os envolvidos”, pondera.

De olho nessa urgência, a própria Runtalent, empresa especializada em soluções de alocação de profissionais de TI, squads ágeis e gestão de times e projetos, que atende quase 100 clientes em mais de 12 segmentos, planeja aumentar o quadro de colaboradoras que hoje é de 25% para 35%, dentro de três anos. Essa decisão vem como uma resposta às mudanças no mercado de trabalho e à necessidade de diversificar o grupo de colaboradores.

Internamente, a nossa operação já conta com um quadro majoritariamente feminino, inclusive nos cargos de liderança. Mas, como uma empresa de outsourcing, o desafio é transmitir nossos valores de diversidade aos nossos clientes”, avalia Simone.

A gerente de RH da Runtalent conta que a empresa busca garantir que em seus processos seletivos não haja distinção de faixa etária, etnias, raça, sexo ou credo. Porém, neste ponto também enfrentam outro desafio: a quantidade de mulheres que se candidatam para as vagas oferecidas ainda é bem menor do que a de homens.

Os dados do relatório W-Tech, da organização civil Softex evidenciam: no Brasil, as mulheres representam apenas 13,3% das matrículas nos cursos presenciais de graduação em Computação e Tecnologias da Informação e 21,6% nos de Engenharia e correlatos. A média mundial é só um pouco melhor: 30% nos campos de estudo de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (identificados pelo acrônimo em inglês Stem).

O assunto é tão urgente que a própria Organização das Nações Unidas (ONU) tem lançado mão de ações com o objetivo de aumentar a participação feminina na área de TI. Este ano, por exemplo, a entidade escolheu o tema “DigitALL: Inovação e tecnologia para a igualdade de gênero” para a celebração do Dia Internacional da Mulher, como forma de mostrar que trazer mulheres e outros grupos marginalizados para a tecnologia resulta em soluções mais criativas e tem maior potencial para inovações que atendem às necessidades das mulheres e promovem a igualdade de gênero.

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