Pesquisa inédita aponta anseios e dúvidas no uso da IA

Pesquisa inédita aponta anseios e dúvidas de jovens com o uso de Inteligência Artificial no mercado de trabalho

Estudo mostra interesse crescente em formação na área, mas aponta barreiras de acesso, tempo e orientação para a Geração Z

O que jovens em início de carreira, de 14 a 21 anos e em sua maioria das Classes C e D, pensam sobre o uso e impactos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho? Para entender melhor este cenário, a Prepara IA, rede especializada em cursos profissionalizantes, graduação e pós-graduação, integrante do Grupo MoveEdu, realizou uma pesquisa inédita sobre as percepções da nova geração com a IA e seu impacto em sua formação e desenvolvimento profissional.  

Dentre as principais conclusões, o estudo mostra que, embora os jovens reconheçam a relevância da tecnologia para a empregabilidade, ainda não estão preparados para utilizá-la de forma plena e estratégica, evidenciando dúvidas e anseios quando o assunto engloba o mundo corporativo. O levantamento foi realizado em maio de 2025 e contou com a participação de mais de 18 mil alunos, de quase todos os estados brasileiros.

Um dos destaques foi que 39% dos entrevistados alegaram já utilizar a IA para trabalhos ou conteúdos pessoais, 18% para aprender algo novo, e 16% afirmaram usá-la no dia a dia. Por outro lado, 14% nunca tiveram contato com ferramentas do tipo. Em contrapartida, mais da metade dos entrevistados (53%) afirmou nunca ter feito um curso de inteligência artificial, mas declarou interesse em aprender mais sobre o assunto.  

A 15ª edição da pesquisa TIC Educação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), revela o impacto crescente da inteligência artificial generativa no cotidiano escolar. O levantamento mostra que sete em cada dez estudantes do ensino médio que acessam a internet recorrem a ferramentas como ChatGPT e Gemini para apoiar suas pesquisas acadêmicas. O uso da tecnologia também aparece entre os alunos do ensino fundamental: 37% afirmaram utilizar recursos de IA para buscar informações, percentual que chega a 39% nos anos finais. Já no ensino médio, a adesão sobe para 70%. Os números indicam que os adolescentes estão incorporando a inteligência artificial a suas rotinas de estudo, transformando as práticas tradicionais de aprendizagem. 

Quando questionados sobre o impacto da IA na empregabilidade, 38% afirmaram que o conhecimento em IA “com certeza” pode ajudar a conquistar uma vaga, enquanto 40% responderam “talvez”. Apenas 7% acreditam que não faz diferença.

Em outro levantamento de alcance global, o World of Work Report, conduzido pela Monday.com em parceria com a Qualtrics, os dados mostram um panorama geracional distinto. Os millennials se destacam como os mais dispostos a utilizar IA no trabalho, com 73% declarando adotar a ferramenta e 80% expressando confiança de que a tecnologia pode ajudá-los a trabalhar melhor. Já a geração Z, apesar da familiaridade tecnológica, apresenta uma taxa de adoção mais baixa (59%), ficando inclusive atrás da geração X (65%). Além disso, os mais jovens revelam preocupação com a possibilidade de a IA assumir tarefas das quais gostam em seus empregos (42%). 

“Por meio dessa pesquisa, é possível observar que a relação entre inteligência artificial e empregabilidade é clara para os jovens. Alguns alegam ter um contato com IA, enquanto a maior parte dos respondentes acredita que dominar essas ferramentas é um diferencial competitivo para conquistar uma vaga no mercado de trabalho. Contudo, parte significativa ainda expressa dúvidas, o que aponta para curiosidade, mas também insegurança sobre como aplicar a tecnologia em situações reais”, avalia o fundador e CEO do Grupo MoveEdu, Rogério Gabriel.  

Entre os principais obstáculos citados para se profissionalizar em IA estão a falta de tempo diante do acúmulo de tarefas lidera a lista com 30%, seguida pela falta de orientação sobre por onde começar com 27%, limitações financeiras com 23%, falta de acesso à internet ou computador com 8% e falta de apoio da família ou da escola com 5%. “Esses desafios reforçam que falta de infraestrutura e a necessidade de formação acessível ainda dificultam a inserção da Geração Z a uma formação mais consistente, mesmo que o assunto esteja tão em voga”, afirma Rogério Gabriel.  

Em relação às áreas em que a IA pode mais contribuir, os destaques foram marketing e redes sociais (17%), tecnologia/programação (16%), análise de dados (16%), design e criação de conteúdo (15%) e administração/gestão (11%).

Para Rogério Gabriel, a pesquisa reforça a necessidade de aproximar o ensino sobre IA da realidade dos jovens, oferecendo metodologias acessíveis e aplicáveis. “Os estudantes sabem que a inteligência artificial é uma vantagem competitiva, mas precisam de orientação para transformar curiosidade em aprendizado prático. A parte humana é fundamental nesse processo, já que interpretar, contextualizar e aplicar os recursos da IA exige preparo, senso crítico e orientação”, finaliza.

 

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