Cyberbullying: o papel dos pais e a responsabilidade das plataformas. Porque as plataformas deem ser responsabilizadas.
Wanderson Castilho, perito em crimes digitais, autor do livro “ Você sabe o que seu filho está fazendo na internet” alerta que o cyberbullying tem aumentado por conta do anonimato oferecido por muitas plataformas.
Com o acesso livre à internet, a preocupação dos pais há muito tempo tem sido sobre com quem seus filhos estão interagindo, sobre o que estão conversando e que conteúdos estão consumindo, e compartilhando no mundo virtual. De acordo com o Cetic.br, um centro de estudos ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, com apoio da Unesco, as crianças brasileiras estão acessando a internet cada vez mais cedo, e a tecnologia já faz parte da rotina de 95% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos.
Wanderson Castilho, perito em crimes digitais, autor do livro “Você sabe o que seu filho está fazendo na internet”, e também idealizador do X-pert, aplicativo exclusivo nos Estados Unidos, projetado para oferecer aos pais uma ferramenta abrangente de monitoramento e garantia da segurança online de seus filhos, explica que o crescente uso das redes sociais tem sido acompanhado por um aumento preocupante de exposições inadequadas, fraudes contra a geração Z, e cyberbullying.
“Esses crimes, sobretudo, o cyberbullying tem aumentado por conta do anonimato oferecido por muitas plataformas, que permite que os usuários ajam de forma agressiva sem medo de consequências. A facilidade de acesso às redes sociais tornou simples a ação de agressores – eles atingem suas vítimas a qualquer momento e em qualquer lugar. Além disso, existe a capacidade de uma única mensagem alcançar uma ampla audiência e intensificar o impacto do Cyberbullying”, resume.
Mas afinal, de quem é a responsabilidade? dos pais ou das plataformas?
Para o especialista em crimes digitais, os pais devem proteger seus filhos através de conversas abertas, educação digital, conscientização, regras claras, e mantê-los atualizados sobre as tendências e plataformas digitais que eles utilizam. Mas há uma responsabilidade muito maior, é essa é das plataformas.
Nos últimos anos, o aumento da conscientização sobre o impacto negativo desses tipos de conteúdo levou a discussões sobre a responsabilidade das plataformas em retirá-los de suas redes e impedir que eles sejam monetizados. “A questão da monetização de conteúdo prejudicial nas plataformas de mídia social é complexa e envolve uma série de questões éticas e práticas. Basta observar que as plataformas falham na remoção rápida de materiais ofensivos denunciados e na falta de medidas de segurança para proteger os usuários. Além da ambiguidade ou inadequação das políticas anti-cyberbullying e o lucro gerado a partir de conteúdo prejudicial”, pontua.
“As plataformas devem assumir uma postura mais ativa na proteção de seus usuários e na promoção de um ambiente online seguro e saudável. Não podemos ignorar o impacto devastador do Cyberbullying e da depreciação nas redes sociais. Devemos responsabilizar as plataformas e exigir que elas cumpram sua obrigação de proteger seus usuários.” complementa.
Por fim, Wanderson Castilho destaca também a importância da colaboração entre plataformas, especialistas em crimes digitais e organizações da sociedade civil para abordar esse problema. “Existe uma necessidade emergente de investir em tecnologias avançadas, como inteligência artificial, e de envolver moderadores humanos para identificar e eliminar rapidamente conteúdos prejudiciais”.
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