Conscientização em Segurança da Informação no Brasil 

Pesquisa inédita da Beephish revela panorama sobre campanhas de conscientização em Segurança da Informação no Brasil 

Simulações de phishing lideram estratégias, mas estudo aponta lacunas de orçamento, estrutura e gestão que podem colocar empresas em risco 

Uma pesquisa inédita realizada pela Beephish, empresa brasileira especializada em conscientização em segurança da informação, com foco principal na educação e treinamento de usuários para prevenir ataques cibernéticos, especialmente os baseados em engenharia social, como o phishing, em parceria com o Security Leaders, revela que, embora a maioria das organizações brasileiras já tenha campanhas estruturadas de conscientização em Segurança da Informação, ainda existem barreiras significativas relacionadas a orçamento, equipe e gestão de consequências. 

O estudo ouviu 300 executivos brasileiros de Segurança da Informação para entender como as empresas conduzem seus programas de conscientização. Segundo Glauco Sampaio, CEO da Beephish, o cenário aponta avanços importantes, mas também evidencia que o amadurecimento pleno ainda depende de consistência e investimento. 

Entre os principais dados do levantamento, destacam-se: 

  • 74,9% realizam simulações de phishing com seus usuários; 
  • 40,7% não possuem orçamento dedicado à conscientização; 
  • 30,8% não contam com equipe responsável pela cultura de segurança; 
  • Apenas 30,6% têm política formal de gestão de consequências; 
  • 45,4% realizam campanhas mensais, enquanto 20,5% não possuem periodicidade definida. 

“O dado de que quase 75% das empresas já aplicam simulações de phishing é positivo e mostra um esforço concreto em aproximar os usuários de situações reais de risco. No entanto, sem medir o impacto dessas ações e sem políticas claras para lidar com reincidências, é difícil transformar comportamento em cultura”, afirma Sampaio. 

Ainda de acordo com o executivo, as simulações de phishing aparecem como a principal ferramenta de conscientização, reconhecida por sua efetividade em expor vulnerabilidades no comportamento dos usuários. Além disso, 68,7% das empresas já monitoram indicadores detalhados, como cliques e envio de dados, para direcionar ações corretivas. 

Porém, a mensuração do impacto dessas ações ainda é um desafio: 41,5% das empresas afirmam não adotar nenhuma comunicação diferenciada para usuários reincidentes, e 42% não possuem diretrizes claras para gestão de consequências. 

“A reincidência é um dos maiores desafios. Sem acompanhamento próximo e tratamento diferenciado para casos repetidos, corremos o risco de ter campanhas que informam, mas não transformam”, destaca Sampaio. 

Ações top-down 

O levantamento também mostra que a personalização das campanhas ainda não é prática comum: 32,5% das empresas utilizam a mesma comunicação para todos os públicos internos. Já exercícios de Table Top, voltados para executivos e áreas estratégicas, ainda são pouco adotados, o levantamento aponta que 27,8% das organizações não realizam nenhum tipo de treinamento desse tipo, enquanto as que aplicam tendem a focar em áreas técnicas, como TI e Segurança da Informação. 

“Uma cultura de segurança só se consolida quando o exemplo vem de cima. É preciso que conselhos, líderes e equipes estratégicas estejam engajados e participem ativamente das ações de conscientização”, reforça o CEO da Beephish. 

Desafio de cultura 

Para Glauco Sampaio, a pesquisa revela que, embora a conscientização já esteja no radar das empresas, falta estrutura dedicada, segmentação de mensagens e políticas de responsabilização proporcionais. 

“Conscientizar não é apenas repetir campanhas, mas provocar mudanças reais de comportamento. Isso só acontece com engajamento contínuo — do presidente ao estagiário”, conclui o executivo. 

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