Autenticação biométrica: uso da tecnologia “liveness” garante a redução das fraudes.
Com a economia de bilhões como um dos motes, a solução abrevia processos e faz com que tarefas burocráticas fiquem mais simples.
De acordo com a pesquisa Custo Brasil da Identificação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2021, os brasileiros gastaram cerca de R$104 bilhões em processos de reconhecimento de identidade. O valor gera discussões sobre os impactos que a aplicação da digitalização de processos, por meio da autenticação biométrica e facial, podem gerar na economia do país. De acordo com a ZapSign, startup de assinatura de documentos por meios digitais, que já poupou mais de 30 milhões de documentos físicos, hoje os sistemas estão bem avançados no quesito segurança. O modelo chamado “liveness” captura os movimentos em tempo real e evita fraudes com uso de fotografias e vídeos, por exemplo.
“Hoje já existem sistemas capazes de garantir a segurança e veracidade dos documentos digitalizados. O “liveness” é um método de KYC (know your customer). Serve para verificar se a face de uma selfie possui vivacidade, ou seja, com esse método o cliente pode identificar se o signatário que assinou o documento era um humano que estava no momento da assinatura/gravação do vídeo Essa ferramenta já é muito utilizada por bancos e fintechs, por exemplo. No caso das assinaturas de documentos, os movimentos são gravados e anexados junto da assinatura eletrônica e ajuda a ter uma prova extra da autenticidade do documento”, explica Getúlio Santos, CEO da ZapSign.
Santos destaca que o uso desse formato de verificação analisa alguns pontos principais. Entre eles: análise de movimento; sensoriamento de profundidade 3D, de acordo com a capacidade e resolução de cada aparelho; análise de textura, por meio de características únicas de cada pessoa; e inteligência artificial e machine learning, observando o movimento das pupilas e formato da boca.
Somente em dados de assinaturas e registros de contratos e escrituras físicas, o estudo da FGV apontou um gasto de R$5.9 bilhões, em 2021, o que representa, aproximadamente, R$37 por adulto no Brasil. Contudo, Getúlio Santos, fundador e CEO da ZapSign, afirma: “O mundo caminha para o fim das assinaturas e validação de documentos físicos. Atuamos em mais de 21 países e percebemos que a praticidade e economia de tempo e dinheiro têm conquistado desde pessoas físicas até grandes empresas”.
Apesar do alto gasto com os registros físicos, é possível notar que as transações realizadas por biometria facial têm ganhado cada vez mais espaço no país. Segundo outro levantamento da FGV, realizado no segundo semestre do ano passado, entre os anos de 2018 e 2023, foram realizadas mais de 850 milhões de verificações faciais no Brasil. Os dados apontam ainda que, hoje, sem o uso da biometria facial, o Brasil perderia cerca de R$1,6 bilhão no PIB.
Informações publicadas na pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre o uso de senhas e biometria, indicam que os brasileiros também têm confiado mais na ferramenta. Enquanto em 2018 apenas 12% acreditavam na segurança da autenticação por reconhecimento facial, em 2023, 29% dos entrevistados afirmaram que esse é o meio mais seguro. “A análise biométrica é realizada com base em características únicas e inerentes de cada indivíduo, o que garante mais segurança e a validade jurídica para o processo”.
Em 2023, a ZapSign registrou um faturamento de R$22,5 milhões com o serviço de assinaturas digitais. A expectativa da empresa para este ano é de dobrar esse número e atingir os R$45 milhões em faturamento.
A inovação também é outro diferencial apontado pelo CEO. Na startup, por exemplo, a assinatura de documentos pode ser realizada via e-mail ou aplicativos de mensagem, como Whatsapp e Telegram. Em 2022, o próprio governo brasileiro iniciou o uso de um aplicativo que permite a assinatura de documentos públicos direto pelo smartphone. “O emprego da tecnologia para a validação de identidades e documentos tem representado um grande avanço financeiro, prático Acredito que, em um futuro bem próximo, já estejam utilizando as ferramentas digitalizadas nesse sentido”, conclui Santos.
Veja também:
- Ciberataques aumentam 38% no primeiro trimestre de 2024
- Golpes virtuais: Como as empresas podem se proteger?
- NIC.br celebra 35 anos do .br, um dos domínios mais populares do mundo
- Cartilha de Cibersegurança – Um guia rápido para Micro e Pequenas Empresas (MPEs)
- Como a LGPD deve ser incorporada culturalmente em empresas?
- Brasil é o terceiro país com maior número de ataques de malware
- Fraude online é cada vez mais comum na América Latina
- Malware mira usuários da Apple em 92 países
- Vulnerabilidades nos serviços D-Link permitem ciberataques
- IAM: Diferenças das soluções de Gestão de Identidades e Acessos
- Infraestrutura crítica pode ser alvo de ataques cibernéticos no Brasil
- Gestão de riscos: qual a importância e como melhorá-la nas empresas?
Deixe sua opinião!