Ataques cibernéticos devem continuar em 2023. Em oito meses houveram 4 mil ataques de ransomware por dia na América Latina.
Nos primeiros oito meses deste ano, houve uma média de 4 mil ataques de ransomware por dia na América Latina, segundo dados da Kaspersky. Levando-se em conta que ramsomware é apenas um entre os principais tipos de ataques, é possível ter uma ideia do tamanho atual do “mercado” criminoso de ciberataques. Quanto a 2023, será que a tendência de queda verificada pelo mesmo levantamento no Brasil, com relação a 2021, seguirá? O que é possível afirmar, com certeza, é que os ataques cibernéticos, infelizmente, vão continuar no próximo ano.
Os cibercrimes afetam companhias de qualquer porte, sem distinção. De acordo com estudo da IBM Security X-Force, no ano passado os 10 tipos de organizações mais afetadas foram, nesta ordem: indústrias, financeiras/ seguradoras, serviços profissionais/ empresariais, empresas de energia, varejistas/ atacadistas, empresas da Saúde, empresas do Transporte, Governo, empresas na área da Educação empresas da Mídia.
Repensando as abordagens de cibersegurança
De acordo com a Global Digital Trust Insights Survey 2022, da PwC, para 77% dos executivos brasileiros “as organizações se tornaram complexas demais para serem protegidas”. De forma similar, esta resposta foi dada por 75% dos executivos de todo o mundo. Apesar desta percepção generalizada, noto que as empresas estão mais resilientes e sabem que há muito a ser feito para obter a devida proteção.
Investimentos corretos versus erros recorrentes
Os recursos revertidos para a cibersegurança não podem ser desperdiçados devido à complexidade das organizações. Vejo que há empresas que investem em produtos sem considerar a segurança. Outro erro é não garantir que a área de TI tenha um papel estratégico na organização. Há que não conheça nem mesmo todos os seus ativos de TI. Com isso, há menos produtividade e maior propensão à ataques. Outro erro é a separação dos riscos corporativos da área de Tecnologia. É preciso estar preparado e ter respostas para situações de crise.
Risco de morte para as PMEs
Relatório da BlackBerry estima que, em 2022, 70% das pequenas e médias empresas PMEs sofreram ciberataques. Me chamou a atenção que 60% delas fecharam nos seis meses seguintes ao ataque, e que elas receberam, em média, de 11 a 13 ameaças por dispositivo. É um número bem maior do que nas grandes empresas.
Lista de ataques
O mesmo estudo descreve uma lista de ataques comuns e seus alvos principais:
Cobalt Strike – A princípio uma ferramenta para aumentar a segurança e ajudar a identificar falhas nos sistemas, hoje é usada como arma maliciosa. Agentes de ameaças usam provedores de nuvem legítimos para hospedagem, permitindo que operadores de malware ocultem seu tráfego dos sistemas de monitoramento. Assim, dificulta-se um bloqueio automatizado.
Ataques à cadeia de suprimentos – Ao atacar um sistema de gestão, por exemplo, a ideia é acessar os clientes. É preciso medidas que reduzam os riscos relacionados a fornecedores ou terceiros, inclusive os de soluções tecnológicas. Essas ameaças ocorrem com os mais diferentes serviços, inclusive os fornecidos por nuvem.
Ransomware – Este é o mais famoso por ter sido muito usado durante a pandemia da Covid-19. Trata-se de uma espécie de malware que entra nos sistemas a fim de sequestrar dados e exigir pagamento de resgate. Uma quantidade enorme de empresas foram vítimas deste tipo de ataque nos últimos anos, gerando prejuízos financeiros e de reputação.
Infostealer – Usado para a coleta de informações confidenciais, como senhas e dados bancários, esta ameaça chega via phishing, por meio de e-mails.
Para se prevenir, o desenvolvimento do planejamento empresarial para 2023 tem a ver com orçamento, mas não só com isso. Ele passa por uma base sólida de confiança de dados, análise dos riscos cibernéticos em tempo real e levantamento dos riscos corporativos gerais. Um estudo claro irá mostrar o que funciona para um determinado modelo de negócios e onde é possível simplificá-lo, tornando-o mais seguro e eficaz.
Por: Walter Ezequiel Troncoso, CEO da Inove Solutions
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