Maturidade digital, governança e cibersegurança impulsionam uso de IA nas empresas, aponta pesquisa da Deloitte
- Estudo Agenda de Negócios – Volume 2: Tecnologias apontaque maioria das empresas (87% das entrevistadas) pretende manter ou ampliar investimentos em computação em nuvem até o final desse ano – fator que também deve impulsionar a adoção de soluções baseadas em IA;
- Oito em cada dez empresas já usam ao menos uma aplicação de IA ou GenAI, sobretudo para aumentar eficiência em etapas de atividades administrativas e no atendimento inicial ao cliente;
- Para quase seis entre cada dez empresas, a jornada de digitalização ainda está em curso, com estratégias em fase de desenvolvimento ou expansão. Já 14% se classificam em estágio mais avançado;
A computação em nuvem tem desempenhado um papel central na capacidade das empresas de escalar a inteligência artificial (IA) em seus processos e operações. Segundo a pesquisa Agenda de Negócios – Volume 2: Tecnologias, da Deloitte — organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo —, 87% das empresas entrevistadas pretendem manter ou ampliar os investimentos em cloud até o final deste ano — um movimento que tende a acelerar ainda mais a adoção de soluções baseadas em IA no ambiente corporativo.
Além dos aportes em cloud, o levantamento aponta que as organizações de setores que adotam inteligência artificial em mais atividades compartilham características marcantes: se consideram com alto nível de digitalização, têm políticas robustas de governança de IA e realizam investimentos consistentes em cibersegurança e armazenamento em nuvem.Esses fatores se consolidam como pré-requisitos fundamentais para que a IA seja aplicada de forma estratégica, segura e escalável. De forma complementar, 45% das empresas afirmam já possuir ou estar em processo de implementação de políticas formais de governança tecnológica. A maioria das organizações (91%) apontam o aumento da produtividade como o principal motivador para os investimentos em digitalização — seguido por redução de custos (69%), crescimento de receita (67%) e aprimoramento da experiência do cliente (66%).
O levantamento mostra também que oito em cada dez empresas já usam ao menos uma aplicação de IA ou de GenAI em suas atividades, sobretudo para aumentar a eficiência em etapas de atividades administrativas e no atendimento inicial ao cliente. Esse número, já significativo, deve crescer ainda mais no curto prazo, à medida que a tecnologia se expande para atividades mais complexas, como monitoramento e fiscalização de processos e suporte à tomada de decisões estratégicas para diversas áreas de negócio.
“A tríade formada por maturidade digital, governança e cibersegurança é o alicerce das empresas que utilizam inteligência artificial de forma estratégica e escalável. O avanço dessa ferramenta nas empresas brasileiras também não ocorre de forma isolada – ela caminha lado a lado com a evolução da maturidade digital, a consolidação de políticas de governança em IA e o fortalecimento da cibersegurança. Esses três pilares não apenas viabilizam a adoção da IA, como garantem que ela ocorra de forma segura, estratégica e com impacto real nos negócios”, afirma Renata Muramoto, sócia-líder de Technology & Transformation da Deloitte.
Quase metade das organizações (49%) planeja incorporar IA em seus produtos ou serviços, sendo que 36% já se encontram em fase de testes ou implementação para este fim. Ao considerar as diferentes áreas de negócio, aproximadamente 60% das empresas já adotam IA em marketing e vendas, número que pode alcançar 83% em breve. No setor financeiro ou contábil, 30% afirmam utilizar a tecnologia para apoiar a precificação de produtos, enquanto 35% pretendem empregá-la no cálculo da viabilidade de novos projetos.
Nas áreas operacionais, 27% das empresas utilizam IA para automação ou fiscalização de processos, tanto em fábricas quanto em rotinas administrativas. Um quarto das organizações também já emprega a tecnologia para monitoramento do ambiente de trabalho por meio de imagens de vídeo. Ainda, três em cada dez empresas usam IA como apoio em processos de recrutamento, enquanto 41% aplicam a tecnologia na coleta e análise de grandes bases de dados.
“A inteligência artificial deixou de ser uma aposta e passou a ser um diferencial competitivo concreto. Vemos um movimento acelerado das empresas que já dominam os fundamentos digitais rumo a um uso mais sofisticado da IA, com aplicações que vão muito além da automação básica e que se estendem ao apoio à tomada de decisão, à análise preditiva e à criação de novos produtos e serviços” acrescenta Jefferson Denti, Chief Disruption Officer da Deloitte.
Além disso, 59% das empresas se consideram em fase de desenvolvimento ou expansão de suas estratégias de digitalização, enquanto 14% afirmam estar em estágios avançados. Entre os principais objetivos para se investir em digitalização estão a ampliação da produtividade dos profissionais (91%), redução de custos (69%), crescimento de receita (67%) e aprimoramento da experiência do cliente (66%), demonstrando um alinhamento estratégico entre tecnologia e geração de valor.
O levantamento reforça ainda que as organizações que se autoavaliam com maior nível de maturidade digital são justamente aquelas que adotam IA em mais atividades, destinam mais recursos a cloud e cibersegurança, e contam com políticas de governança em IA já implementadas ou em andamento. Esse conjunto de fatores configura um ambiente mais seguro, eficiente e preparado para capturar os benefícios da inteligência artificial de forma sustentável e estratégica.
Metodologia e amostra da pesquisa
A edição de 2025 da pesquisa “Agenda de Negócios – Estratégias empresariais para o ambiente corporativo” contou com a participação de 402 empresas, cujas receitas, juntas, representam aproximadamente 12% do PIB nacional. A distribuição geográfica da amostra ocorre da seguinte forma (considerando a sede administrativa das empresas): 74% na Região Sudeste (43% empresas da região Metropolitana de São Paulo, 13% do Interior de São Paulo e 18% do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), 12% na Região Sul, 9% no Nordeste e 5% no Norte do país.
Do total dos respondentes, 84% estão em nível executivo, ou seja, em cargos de conselho, presidência, diretoria e gerência. Adicionalmente, 44% das empresas participantes são de prestação de serviços, 13% Serviços Financeiros, 11% de TI e Telecomunicações, 9% de Bens de Consumo, 6% de Infraestrutura, 5% de Agronegócio, Alimentos e Bebidas, 5% de Comércio, 3% Mineração, Petróleo e Gás, entre outros. Do total de empresas participantes, 37% exportam e importam. As respostas da pesquisa foram coletadas entre 27 de janeiro de 2025 e 7 de abril de 2025.
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