A Ponte Que Partiu

A ponte que partiu. Na madrugada de 15/11/18 parte de um viaduto na Marginal Pinheiros cedeu quase 2 metros provocando o bloqueio total desta via.   Felizmente, por ter ocorrido de madrugada quando o tráfego é baixo, não houve feridos com gravidade.

Esta via, para quem não é de São Paulo, é uma importante ligação da zona sul da cidade e do porto de Santos com as zonas oeste e norte da cidade e com diversas rodovias, ou seja, a interrupção desta via afetará não somente os paulistanos,mas todo e qualquer deslocamento veicular que precise atravessar a cidade.

Para uma cidade com um trânsito caótico a maior parte do dia a interrupção da Marginal Pinheiros agravará ainda mais o problema do trânsito aumentando,significativamente, os tempos dos deslocamentos.

Gerenciando a Crise

Utilizando os fundamentos da gestãode crises isto é o que sabemos até o momento (20/11/18):
 

  • A cabeça de um dos pilares de sustentação do viaduto cedeu, causando o afundamento;
  • As causas do dano no pilar de sustentação ainda não foram determinadas;
  • A documentação do projeto do viaduto (planta, cálculo estrutural, materiais utilizados etc.) não existe mais queimada num incêndio anos atrás, ao que tudo indica;
  • O tempo estimado de reparo ainda não foi divulgado, mas baseado em outros acidentes recentes em pontes e viadutos ocorridos na cidade de São Paulo é bastante provável que fique em torno de 6 meses ou mais, na eventualidade de se ter que demolir este trecho do viaduto e construir um novo;
  • A cidade de São Paulo tem 185 pontes e viadutos, destes 75 tem algum tipo de problema sendo que 33 estão em estado crítico. Este da Marginal Pinheiros não estava entre os críticos (???).

Nada muito diferente do que o desastre com a Barragem de Mariana, que completou recentemente 3 anos, sendo que hoje são 45 barragens com falhas graves em suas estruturas, segundo relatório da ANA- Agência Nacional de Águas.  Com todo o respeito A PONTE QUE PARTIU!!!

Neste cenário de descaso com a coisa pública o que as organizações podem fazer para mitigar este problema ao mesmo tempo provendo uma qualidade de vida melhora os seus colaboradores evitando perder várias horas no deslocamento para/de o local de trabalho?

Um Cenário Previsto

Na Circular 561 de 22/12/17 da SUSEP – Superintendência de Seguros Privados um dos cenários que a supervisionada deve considerar no seu cálculo de riscos é Art.4⁰, parágrafo VIII … possuir um Plano de Continuidade de Negócios que considere o cenário de impossibilidade de acesso ao seu principal local de trabalho…”.

Neste caso específico, da interrupção da Marginal Pinheiros, não é uma impossibilidade e sim uma séria limitação de acesso a depender onde a organização está localizada e onde a maioria dos seus colaboradores residam.

As Soluções

As soluções óbvias, neste cenário, é a utilização do “home office” ou de escritórios virtuais.   Mas será que é tão simples assim?

Vamos começar com as estações de trabalho.   Os colaboradores utilizarão os equipamentos da organização ou os pessoais?   São laptops ou desktops?   Laptops permitem a mobilidade de levar o equipamento para o novo local de trabalho, seja ele em casa ou num escritório virtual.   Vamos transportar desktops?   E se forem os equipamentos dos colaboradores como as aplicações corporativas serão instaladas ou será utilizado VDI?   O VDI já está configurado?   A quantidade de licenças é suficiente?

E o acesso como será feito, via VPN?   Já existem servidor(es) de VPN?   As estações já estão configuradas para utilizar a VPN?   Todas as aplicações funcionam satisfatoriamente na VPN?   Os perfis de acesso dos usuários, regras de firewall etc. já estão configuradas?

É bastante provável que nos primeiros dias de trabalho ocorram muitos problemas de configuração e conectividade.   A equipe de campo (“field services”) é suficiente?   Como será feito o acesso para prestar os serviços de suporte?   E a equipe de campo estará fisicamente localizada onde?

A organização já tem a cultura de “home office”?   Não é conveniente que a solução crie um novo problema.

A solução de escritório virtual também é bem interessante.   A depender do provedor a ser utilizado é possível contratar vários locais em São Paulo, que funcionariam como polos de concentração dos colaboradores da organização de uma determinada região, aumentando a sinergia de trabalho minimizando os impactos negativos da falta de cultura de “home office”.

Ou ainda uma combinação das soluções acima, parte do pessoal em “home office”,parte em escritórios virtuais e parte no seu principal local de trabalho,movendo colaboradores em função da criticidade das tarefas a serem executadas.

Como exposto, são várias as alternativas que dependem muito da localização da organização, das residências de seus colaboradores, das soluções técnicas a serem utilizadas e, como qualquer atividade de Continuidade de Negócios e/ou Contingência, de muito planejamento.

Esperamos ter ajudado, a você, sua organização e a cidade de São Paulo.

Fonte: Pílulas de Continuidade de Negócios - Strohl

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