Tem Cara de Golpe, completa um ano e entra em sua segunda fase . Ação de conscientização é voltada para alertar a população sobre os crimes financeiros predominantes no Brasil.
Evento sobre prevenção de crimes financeiros foi realizado no Banco Central, em São Paulo, e contou com a participação de órgãos reguladores e da segurança pública
A ABBC – Associação Brasileira de Bancos lançou na terça-feira, dia 10, a 2ª fase da campanha “Tem Cara de Golpe”. A ação de conscientização é voltada para alertar a população sobre os crimes financeiros predominantes no Brasil.
No ar desde agosto de 2023, a “Tem Cara de Golpe” tornou-se um marco significativo dos esforços do segmento para educar e proteger o público contra fraudes financeiras, impactando positivamente milhões de pessoas pelos canais digitais da ABBC e das 83 instituições financeiras (IFs) apoiadoras. A campanha também foi divulgada pelos principais veículos de imprensa e mídia do país.
O evento contou com discurso de abertura da presidente da ABBC, Sílvia Scorsato; da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta (Direc) do Banco Central do Brasil, Carolina de Assis Barros; e do chefe do Departamento de Supervisão Bancária do Banco Central, Belline Santana.
“Nosso objetivo é conscientizar a população, oferecendo conteúdos didáticos sobre os principais golpes em circulação e fornecendo o conhecimento necessário para proteger a todos”, disse Sílvia Scorsato.
Carolina Assis Barros afirmou que os golpes financeiros estão cada dia mais sofisticados no país e, nessa batalha, a conscientização do consumidor é a arma mais poderosa para combatê-los.
Já Beline Santana abriu o evento dizendo que essa temática precisa ser abordada de maneira insistente para impactar não só as fraudes, mas também o crime organizado.
Em seguida, Natalia Grigolin fez uma palestra sobre o cenário de fraudes e golpes no país. “A prevenção é a chave para o combate, assim como a educação financeira é uma potente arma”. Em apresentação, a EY destacou que o setor de bancos e cartões registrou tentativas de fraudes estimadas em R$ 2,5 milhões em 2024, segundo dados do Serasa Experian e Clear Sale.
A sequência do evento teve o painel “Ação dos Reguladores no Combate às Fraudes”, trazendo a atuação do Banco Central e as informações sobre o MED 2.0, além das iniciativas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A discussão levantou explicações sobre as estratégias regulatórias e as medidas implementadas para fortalecer a segurança financeira da população. Participaram o chefe da Divisão de Segurança do Pix do Banco Central do Brasil, Luis Otavio Vissotto; e o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Santana Borges. O coordenador da Comissão de Cybersecurity e do Grupo de Trabalho Ações de Conscientização sobre Golpes e Fraudes da ABBC, Paulo Condutta, fez a mediação do debate.
Luis Otavio Vissotto informou medidas que o regulador tem implementado para combater golpes. “Recentemente, o Pix contou com importantes aprimoramentos. A partir de novembro, as instituições participantes do Pix poderão excluir uma chave sem anuência do usuário, caso haja inconsistências entre os dados associados à chave Pix e as informações do proprietário da chave na base da Receita Federal”.
Ainda no mesmo debate, Gustavo Santana Borges, fez uma apresentação do cenário de golpes que utilizam recursos de telefonia (voz e mensagens). “Assim como no sistema financeiro, a Anatel observou tentativas de golpes por portabilidade, mas de linhas telefônicas, o que foi solucionado com a adoção de um segundo fator de autenticação em cada transação”, disse. Para coibir as ações criminosas, o Projeto de Origem Verificada foi criado e proporciona funcionalidades adicionais de segurança nas chamadas, em que o originador se torna rastreável. “É um tipo de chamada autenticada, evitando que passe por adulterações em seu processo”.
O segundo painel, “Combate aos Crimes Cibernéticos: Coerção e Prevenção”, contou com a participação de representantes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC/SP) e da Polícia Federal. O debate se concentrou em como as forças de segurança estão enfrentando os crimes cibernéticos, abordando tanto as técnicas de coerção dos criminosos quanto as estratégias de prevenção, destacando a importância da colaboração entre instituições para combater de forma eficaz os crimes digitais.
Participaram o agente e chefe da Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Polícia Federal, Erik Siqueira; e o delegado divisionário de crimes cibernéticos do DEIC/SP, Carlos Afonso Gonçalves da Silva. A mediação foi do coordenador da Comissão de Prevenção a Fraudes e do Grupo de Trabalho Ações de Conscientização sobre Golpes e Fraudes da ABBC, Marcelo Souza.
Segundo Erik Siqueira, atualmente um dos principais vetores de financiamento do crime organizado são os golpes e fraudes. “O crime organizado está cada vez mais próximo dos crimes cibernéticos. Ele agrega escala, violência e aumenta a lucratividade dos criminosos”.
Em complemento, Carlos Afonso destacou que tem percebido a proliferação dos golpes. “Isso representa aproximadamente 3 a 5% da volumetria do nosso trabalho e se deve à evolução que temos visto e ao investimento das empresas em segurança cibernética. Com isso, foi possível executar uma contenção dentro daquilo que a gente considera como fraude”, disse Carlos Afonso.
2ª fase da campanha Tem Cara de Golpe
Após os dois painéis, a diretora institucional da ABBC, Camila Pinheiro Barardo, apresentou os resultados obtidos no 1º ano da campanha. “Com o objetivo de promover a conscientização e educação sobre golpes e fraudes financeiros, e o comprometimento de 78 instituições financeiras, alcançamos resultados expressivos, como mais de 150 mil interações em nossos sites, 15 milhões de pessoas impactadas por meio das redes sociais e mais de 370 milhões por meio da imprensa”, destacou.
O superintendente de Comunicação e Marketing da ABBC, Fernando Capra, trouxe as novidades para o novo ciclo, com o lançamento de uma nova ação de conscientização para a população. “Vamos utilizar o poder das histórias reais para inspirar e educar um público ainda maior. As histórias reais reforçam a credibilidade, humanizam a mensagem e geram autenticidade e conexão emocional”, falou.
Na ação, que será válida a partir de 1º de outubro, os usuários poderão enviar vídeos relatando casos de golpes e concorrerão a prêmios.
Sobre a ABBC – A ABBC – Associação Brasileira de Bancos é uma entidade sem fins lucrativos, instituída em 1983, com o objetivo de contribuir com o aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil. Atualmente, a ABBC tem mais de 120 instituições associadas (entre bancos, cooperativas de crédito, instituições de pagamento e financeiras) e está entre as maiores entidades representativas do SFN. Entre os pilares estratégicos da instituição estão o fomento à competitividade; representatividade do setor; promoção da inovação em serviços financeiros; ações ESG; liderança feminina; cibersegurança; e prevenção de fraudes.
Veja também:
- Novo modus operandi de golpes com deepfake em vídeos na web acende alerta
- O paradoxo da privacidade do Telegram
- Dicas de como deve ser a prevenção a ataques hackers
- Apenas 3% das vulnerabilidades representam risco significativo
- Cibercriminosos usam popularidade do e-commerce Temu
- PoC Exploit lançado para vulnerabilidade do kernel Linux que permite acesso root.
- STF reforça cibersegurança no Brasil com novas diretrizes
- Cinco milhões de sites criados no WordPress estão em risco
- ciberataques mais comuns no setor industrial e de manufatura
- De startups às grandes corporações – você entende o seu papel na cibersegurança?
- A luta contra o roubo da identidade: o que é ITDR
- Golpes virtuais atingem 1,8 milhão de vítimas no Brasil
Deixe sua opinião!