Entenda o escândalo de vazamento de dados do Facebook

Facebook quer garantir não interferência no processo eleitoral Brasileiro

Entenda o escândalo de vazamento de dados do Facebook. Através da empresa Cambridge Analytica dados de 60 milhões de usuários do Facebbok foram expostos e usados para influenciar na campanha de Donald Trump ao governos dos USA.

No domingo, dia 18 de março, veio a tona o escândalo do vazamento e dados de 60 milhões de usuários do Facebook através da empresa Cambridge Analytica. estes dados teriam sido coletados por robôs com  acesso às contas dos usuários, vamos entender como aconteceu.

O primeiro capítulo da falha de segurança agora revelada ocorreu em 2014. Na época, Aleksandr Kogan, pesquisador da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, colocou no ar um quiz chamado “Esta é a sua vida digital”. Para “jogar”, o teste pedia que o interessado se conectasse ao perfil do Facebook – exatamente como ocorre em muitos outros games divertidos. Kogan ainda ofereceu recompensa de US$ 5 – incentivo para que o internauta compartilhasse, sem saber, seus dados e os de sua rede de amigos.

No total, 300 mil pessoas participaram e, por meio delas, Kogan conseguiu lograr uma invasão de privacidade em massa. Mas a situação foi além: mal sabiam os usuários que as informações seriam vendidas por Kogan para outra empresa, a Cambridge Analytica.

O programa desenvolvido por Kogan solicitava acesso às informações dos usuários. Com isto o programa utilizava de APIs do próprio Facebook (e comuns a outros sites como Google e Linkedin) coletava as informações pessoais como fotos, email, nome e contatos, enviando imediatamente para o dono do aplicativo. As informações são então armazenadas em um grande banco de dados (big-data) para serem posteriormente utilizados.

O problema é que o enorme banco de dados capturado por Kogan foi vendido para a Cambridge Analytica que fez analises cruzadas dos dados para influenciar as eleições americanas a favor de Trump. Segundo o presidente Mark Zuckerberg do Facebook ““Essa foi uma brecha de confiança entre Kogan, Cambridge Analytica e Facebook” e admitiu “Mas também foi uma brecha de confiança entre o Facebook e as pessoas que compartilham seus dados conosco”.

A frequência com que os aplicativos trocam dados com as APIs varia. Em muitos deles, os dados são coletados a cada acesso. O problema é o que acontece depois: o Facebook não tem mais controle sobre como as informações serão usadas. Embora estabeleça em sua política que o desenvolvedor não pode vender os dados, é difícil fiscalizar o que se passa na prática e “a chance de o Facebook auditar o uso desses dados é zero“, dizem os especialistas do NIC.br.

Investigação

Na sexta feira, 23 de março, Investigadores do Escritório do Comissário de Informação Britânica (ICO, em inglês) revistaram durante sete horas os escritórios em Londres da empresa de consultoria Cambridge Analytica (CA). Menos de uma hora depois de um juiz do Superior Tribunal do Reino Unido aprovar, na sexta, o pedido de revista, funcionários do ICO entraram nas instalações, onde permaneceram até as três da manhã, acrescentou o porta-voz. “Agora necessitamos avaliar as provas solicitadas antes de decidir os próximos passos e chegar a alguma conclusão”, indicou.

A responsável da organização que vela pela proteção de dados no Reino Unido, Elizabeth Denham, disse nesta semana que quer analisar o modo no qual a Cambridge Analytica e sua companhia matriz, SCL Group, administraram a informação sobre usuários obtidas da rede social. Por sua vez, a Cambridge Analytica negou que tenha atuado de forma ilícita e afastou de forma temporária seu executivo sênior, Alexander Nix, que apareceu em imagens gravadas com uma câmera escondida nas quais expunha diversos modos nos quais era possível extorquir candidatos políticos para influenciar em campanhas eleitorais.

Como se proteger

A primeira coisa é evitar que aplicativos sejam autorizado a acessar dados em sua conta do Facebook. Usualmente jogos e muitos outros aplicativos variados solicitam acesso aos dados de sua conta com a justificativa de usá-los para alguma finalidade do aplicativo, no entanto nem sempre deixem claro este porquê e também não falam para onde os dados serão enviados e o que será feito deles. Assim a melhor decisão é não instalar e não compartilhar dados com estes aplicativos.

A segunda medida é visitar sua conta no Facebook e e verificar as configurações de compartilhamento e excluir todas que existam para evitar que, caso exista algum aplicativo coletando dados, este seja eliminado imediatamente.

E a terceira coisa é evitar de usar a funcionalidade de “logon com a conta do Facebook” que muitos sites oferecem na Internet. Embora seja uma comodidade para não ter que ficar decorando dezenas de senhas a facilidade abre um relação de confiança entre o Facebook e o site que usa a funcionalidade, o que pode expor os seus dados e o acesso a sua conta.

Por fim, verifique as configurações de privacidade de sua conta no Facebook e certifique-se que os seus dados pessoais, como telefone, relação de amigos, fotos e postagens não esteja disponíveis para terceiros, limitam o acesso a somente amigos.

 

Eleições no Brasil

Depois de admitir que “dezenas de milhões” de dados de usuários foram acessados pela consultoria Cambridge Analytica, podendo influenciar as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos, o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse na noite da quarta-feira, 20, em entrevista à rede americana CNN que quer garantir a integridade das eleições no Brasil e na Índia.  “Há uma grande eleição no Brasil, há grandes eleições em todo o mundo. Pode apostar que estamos muito comprometidos em fazer tudo o que pudermos para garantir a integridade dessas eleições no Facebook“, afirmou Zuckerberg. Na entrevista, o executivo também falou sobre a importância do combate às notícias falsas e se disse “feliz” se tiver de depor no Congresso americano sobre o escândalo, mas apenas “se for eu a pessoa certa a ir.”

 

fonte: Jornal Estado de São Paulo – Estadão

 

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