Criminosos intensificam ciberataques no setor Educacional
A explosão no volume de documentos acadêmicos e administrativos tem colocado o setor educacional brasileiro diante de um problema estrutural: a incapacidade de organizar, proteger e acessar suas próprias informações. Escolas, faculdades e universidades ainda operam com acervos físicos desorganizados, arquivos digitais mal estruturados e ausência de governança documental – cenário que compromete a eficiência administrativa, aumenta o passivo jurídico e expõe as instituições a riscos crescentes de sanções regulatórias e ataques cibernéticos.
Infelizmente, as instituições de ensino brasileiras vêm sofrendo diversos ataques digitais nos últimos anos, muitos dos quais expuseram a fragilidade na proteção de seus documentos e dados confidenciais. Nos últimos anos há uma onda de ataques cibernéticos contra universidades e escolas no país. Algumas instituições de ensino ficaram, inclusive, meses sem conseguir emitir certificados e documentos por conta dos ataques.
Em um momento em que o MEC exige digitalização certificada e a LGPD impõe padrões rigorosos de proteção de dados, ignorar a gestão documental já não é mais uma falha operacional: é uma ameaça estratégica.
Riscos de uma gestão documental inadequada
A falta de um sistema eficaz de gestão documental representa um risco direto para a operação e a reputação das instituições de ensino. Quando documentos críticos não são armazenados de forma segura, aumentam as chances de perda ou extravio de registros históricos – como históricos escolares e contratos acadêmicos. Já houve casos em que faculdades foram condenadas judicialmente por não conseguirem localizar documentos essenciais, gerando prejuízos aos alunos e danos à imagem da instituição.
Além disso, a ausência de um acervo organizado dificulta a resposta a auditorias do Ministério da Educação. O MEC exige que as instituições estejam preparadas para apresentar, de forma imediata, registros acadêmicos em conformidade com normas específicas. A não observância dessas diretrizes – como as previstas nas Portarias nº 1224/2013, nº 22/2017 e nº 315/2018 – pode acarretar sanções legais ou até a perda do credenciamento institucional.
No campo jurídico, falhas na custódia documental reduzem a capacidade de defesa em disputas com alunos. Quando contratos ou registros não são encontrados ou estão incompletos, a instituição fica vulnerável a processos judiciais, podendo ser responsabilizada por omissão ou negligência.
Uma consequência perigosa da falta de governança documental e tecnológica é o aumento da vulnerabilidade a incidentes de segurança da informação. Arquivos digitais desprotegidos tornam-se alvos fáceis para vazamentos de dados ou ataques cibernéticos.
Os diversos incidentes de segurança que essas organizações têm sofrido evidenciam uma correlação clara: falhas na gestão e na segurança da informação amplificam a vulnerabilidade das instituições educacionais.
Governança documental profissional: um caminho estratégico
Diante de um cenário cada vez mais regulado, complexo e vulnerável, torna-se evidente que muitas instituições de ensino não conseguirão enfrentar sozinhas o desafio da modernização documental. A digitalização certificada, a organização inteligente de arquivos, a rastreabilidade de acessos e a custódia segura de dados exigem não apenas tecnologia, mas conhecimento técnico, infraestrutura adequada e conformidade legal.
É por isso que cresce a busca por empresas especializadas em gestão documental digital, que oferecem soluções estruturadas e seguras para transformar o caos informacional em ativos organizados, auditáveis e acessíveis. Essas parcerias permitem às instituições educacionais cumprir exigências do MEC, adequar-se à LGPD e proteger-se contra perdas, extravios e ataques digitais — sem desviar recursos e equipes da sua missão principal: educar.
Mais do que evitar multas ou mitigar riscos, investir em uma gestão documental profissional significa aumentar a eficiência, reduzir custos administrativos e garantir que as decisões pedagógicas e estratégicas se apoiem em dados confiáveis e prontos para uso. Em um setor desafiado por transformações regulatórias, orçamentárias e tecnológicas, estruturar a informação deixou de ser uma opção — e passou a ser um diferencial de resiliência e credibilidade.
Por Inon Neves, vice-presidente da Access
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