Cibersegurança: Brasil precisa desenvolver mais profissionais especializados

Cibersegurança: Brasil precisa desenvolver mais profissionais especializados e diminuir déficit no mercado

Especialistas do Centro Universitário Facens relatam que 90% dos estudantes da instituição estão empregados na área

O Brasil registrou mais de 80 mil golpes cibernéticos nos primeiros nove meses de 2023, de acordo com um estudo realizado pela AllowMe, iCarros Itaú, OLX, Unico, Who e Zoop e, segundo especialistas, um dos fatores que agrava este cenário é a falta de profissionais qualificados para combater essas ameaças. Dados divulgados pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), a demanda anual atual por profissionais de TI é de 70 mil, com uma projeção de aumento para 420 mil nos próximos três anos.

Andreia Leles, Coordenadora Geral do curso de pós-graduação em Cibersegurança do Centro Universitário Facens – referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de engenharia, tecnologia, arquitetura e saúde –, em parceria com a Lenovo, há dois fatores principais para a escassez de profissionais na área de cibersegurança: “O primeiro é o processo de transformação digital ocorrido nos processos das empresas e nas atividades do dia a dia das pessoas. Hoje dependemos de sistemas computacionais e tecnologias, e consequentemente, em um ambiente tecnológico e baseado em internet, há a necessidade de se garantir a segurança dos dados armazenados e processados em sites, sistemas e aplicativos. O segundo fator é que segurança cibernética é uma área de conhecimento que exige conhecimento multidisciplinar e intenso em computação, nem sempre é fácil desenvolver competências“.

A especialista explica ainda que é preciso investir na formação desses profissionais, oferecendo uma grade curricular abrangente na pós-graduação que inclui conteúdos como segurança em redes, sistemas operacionais, desenvolvimento seguro para hardware e software, criptografia, engenharia reversa, inteligência artificial aplicada, dentre outros. “Para que o aluno suporte esta grade, há nivelamento e desafios no formato de bootcamp, hackathon e open innovation, para aproximação dos desafios reais da área e em total consonância com os desafios da empresa parceira“, destaca.

A relação entre a grande quantidade de golpes e a falta de profissionais qualificados é direta, segundo Luciano Freire, Coordenador Acadêmico do Curso em Segurança Cibernética no Centro Universitário Facens. O especialista ressalta não se tratar apenas de falhas técnicas nos sistemas. “Os golpes ou incidentes de segurança não se originam apenas de falhas técnicas, como um bug de software. O treinamento em conscientização dos usuários, colaboradores e responsáveis pelos sistemas têm um papel importante na segurança. Os ataques mais comuns às empresas e pessoas, por exemplo, são de fraudes eletrônicas para roubar dados de cartão de crédito (phishing) e crimes de invasão de sistemas para o roubo de arquivos pessoais da própria vítima, cobrando assim um resgate para restabelecer o acesso a estes arquivos (ransomware).”

Dados da consultoria IDC mostram que o Brasil terá um déficit de 140 mil profissionais de cibersegurança até 2025, mais um número que reforça a importância de desenvolver os profissionais da área. “O cenário atual é desafiador, golpes e ataques cibernéticos intensos e ao mesmo tempo faltam especialistas. Existe uma demanda crescente não atendida devido à dificuldade de formar tais profissionais“, comenta Luciano.

A pós-graduação em cibersegurança da Facens, desenvolvida numa parceria do Instituto de Pesquisa Facens (IP Facens) com a Lenovo, tem mostrado resultados promissores. Andreia Leles conta que “90% dos que concluíram o curso estão empregados na área. Essa parceria nos trouxe os desafios do mercado e possibilitou o desenvolvimento de competências, de acordo com a realidade. Mesmo que a pós seja de dois anos, depois de um prazo de três a seis meses os alunos já estão aptos para atuar nas instalações da empresa, trabalhando em projetos reais, agregando valor aos alunos e à empresa”, conclui.

A coordenadora ressalta que, além do conhecimento técnico, competências socioemocionais também são fundamentais. “Nesta área é preciso resiliência, inteligência emocional, trabalho em equipe e ética para solucionar os problemas complexos decorrentes da área”, conclui.

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