Brasil perde R$ 4,5 milhões ao dia sem soluções de autenticação digital, aponta estudo da FGV. Levantamento mediu impacto econômico da Unico, empresa líder no segmento e que registrou mais de 640 milhões de autenticações nos grandes bancos, fintechs, varejos e e-commerce
O uso crescente da identificação digital por meio da biometria facial se comprova na comparação ano a ano. Em 2020, pré-pandemia, foram 64 milhões de transações contra 226 milhões no ano passado. No período entre 2018 e julho de 2023, foram mais de 850 milhões de transações autenticadas via biometria facial, como abertura de contas, solicitação de crédito, autenticação de transações financeiras e contratação de profissionais. Em cinco anos, sem uso da biometria facial, o PIB perderia em torno de R$ 8,6 bilhões. Projeção da Mordor Intelligence estima que o mercado de reconhecimento facial está evoluindo a uma CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta, em inglês) de 21,9% nos próximos 5 anos.
A metodologia utilizada pela FGV é a de análise de matriz Insumo-Produto e busca identificar as interconexões do mercado de soluções digitais e como suas operações afetam a economia, o emprego e a renda. “Notamos um uso cada vez mais presente da biometria facial no dia-a-dia das pessoas e nos chamou atenção o fator multiplicador do segmento, ou seja, o quanto um valor investido por determinada empresa/segmento pode aumentar no PIB. Quando analisamos a Unico e setor de desenvolvimento de software, a cada R$1,00 investido na demanda, a produção da economia é impactada em R$3,88, acima de outros setores tradicionais do país”, esclarece Renan Gomes de Pieri, da FGV.
Para se comparar, a média do multiplicador de todas as outras empresas de diferentes setores econômicos, o chamado efeito total, é de R$ 3,94. O agronegócio – importante segmento no PIB brasileiro – apresenta um fator R$ 2,77, que é 28,6% menor que o da Unico e empresas de tecnologia.
Esses números posicionam o setor de atuação da Unico na 37ª posição de multiplicadores da economia, à frente do agronegócio, das atividades jurídicas, contábeis, construção, alimentação, celulose e serviços de arquitetura e engenharia, o que evidencia sua relevância diante de setores tradicionais e com maior capilaridade social.
Emprego e Renda
Outro aspecto analisado foi sobre a geração de emprego e renda. O estudo identificou que, para cada 10 empregos diretos criados pela Unico, são gerados outros 17 empregos formais na economia. E, para cada R$10,00 de renda produzida na empresa, são adicionados R$13,20 à economia com gastos como alimentação, moradia, deslocamento, estudos e vestuário.
A apuração também identificou os setores mais impactados pelas mudanças na demanda da Unico, sendo “Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar”, “Administração Pública, Defesa e Seguridade Social” e “Saúde Pública” os mais relevantes nesse aspecto.
“Compreender o papel do setor de desenvolvimento de sistemas e o impacto das tecnologias digitais na economia é fundamental para orientar políticas e investimentos que impulsionam o crescimento, a inovação e facilite a vida de empresas, governo e cidadãos”, afirma Paulo Alencastro, co-fundador e vice-presidente de governança da Unico.
O estudo é baseado no sistema de contas nacionais, estrutura contábil utilizada para medir e analisar a atividade econômica de um país e que agrega diversos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), utilizados para classificar as atividades econômicas das empresas, instituições e demais organizações em um padrão brasileiro.
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