MPDFT pede busca e apreensão e medidas cautelares contra hackers que atacaram o TSE. Objetivo dos criminosos era causar instabilidade no processo eleitoral.
Também foram autorizadas medidas cautelares contra três brasileiros investigados pelos crimes.
A pedido da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral, a Justiça autorizou a operação de busca e apreensão realizada no último sábado, 28 de novembro, contra os envolvidos em ataque cibernético contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na operação, foram apreendidos CDs, DVDs, pendrives, HDs, tablets e smartphones. Para que os investigadores pudessem ter acesso aos dados armazenados nos equipamentos, era necessária autorização judicial. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e concedido pela 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal.
A Promotoria também pediu medidas cautelares contra os três brasileiros envolvidos no ataque. A Justiça determinou que os três não mantenham contato entre si.
Entenda o caso
Um grupo hacker reivindicou a autoria dos ataques realizados contra o TSE na véspera do 1° turno das eleições municipais. Além de causarem instabilidade nos sistemas de informática, os envolvidos acessaram e divulgaram ilegalmente dados pessoais e sigilosos. As investigações realizadas pela Polícia Federal levaram aos três brasileiros, que vivem em São Paulo e Minas Gerais, e a um cidadão português. Esse último já cumpria prisão domiciliar em seu país de origem pela prática de crimes cibernéticos.
No inquérito, a Polícia Federal identificou a prática de, pelo menos, cinco crimes:
- promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
- desenvolver ou introduzir programa de computador capaz de provocar resultado diverso do esperado em sistema usado pelo serviço eleitoral;
- destruir, suprimir ou ocultar documentos relativos à eleição;
- obtenção de informações sigilosas por meio de invasão a dispositivo de informática; e
- associação criminosa.
Segundo o promotor de Justiça Eleitoral Clayton Germano, “não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação”.
TSE Hackeado
Ministro Barroso admitiu tentativa de ataque hacker ao TSE e diz que ataque que causou lentidão no sistea de e-título, no dia 16 de novembro, foi neutralizado.
Presidente do TSE falou que segurança foi reforçada após ataques ao STJ, o que contribuiu para a lentidão do aplicativo e-título neste domingo, 16 de novembro.
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, disse neste domingo (15) que houve uma tentativa de ataque ao sistema do TSE, mas que foi totalmente neutralizado pelo tribunal. Ele ressaltou que o ataque neutralizado não afeta o sistema de votação de urnas eletrônicas, que não ficam em rede. “Houve uma tentativa de ataque hoje com um grande volume de acessos simultâneos, mas foi totalmente neutralizado pelo TSE e pelas operadoras de telefonia e portanto sem qualquer repercussão sobre o processo de votação“.
Além desses dois problemas, está sendo divulgado um vazamento de dados do TSE. De acordo com Barroso, a obtenção desses dados não aconteceu hoje. “Não houve ataque bem sucedido hoje. Tudo leva a crer que essas informações vazadas de servidores sejam de ataques antigos, até porque a segurança foi reforçada próximo à eleição“.
Fonte: MPDFT
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