Escalada de ciberataques transforma segurança digital em prioridade nas empresas
País registra 1.379 ataques por minuto e ocupa a segunda posição mundial em incidentes cibernéticos
O Brasil vive uma verdadeira epidemia de ataques cibernéticos. De acordo com o relatório “Panorama de Ameaças para a América Latina 2024” da Kaspersky, o país registrou mais de 700 milhões de tentativas de invasão em apenas 12 meses — o equivalente a 1.379 por minuto. Esse volume alarmante posicionou o país como o segundo mais visado por crimes digitais no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, acendendo um alerta sobre a necessidade de fortalecer a proteção das empresas contra essas ameaças.
O cenário global também preocupa — e não apenas pela frequência dos ataques, mas pela dificuldade em identificá-los. Segundo a International Business Machines Corporation (IBM), o tempo médio para detectar uma violação é de 194 dias. Esse intervalo crítico permite que invasores permaneçam ativos por meses nos sistemas corporativos, frequentemente sem serem percebidos. A lentidão na resposta amplia os danos e evidencia a fragilidade das defesas digitais em todo o mundo.
Diante disso, a segurança cibernética passou a ocupar espaço central nas decisões das empresas, envolvendo diretamente as lideranças. “Hoje, todas as decisões estratégicas precisam considerar o risco cibernético. Não se trata mais de uma responsabilidade isolada do setor de TI, mas de um tema central para a continuidade do negócio”, afirma Charles Oliveira, CEO da Dot a Dot, empresa especializada em soluções de TI e Telecom.
Boa parte das brechas exploradas por invasores ainda está relacionada a falhas básicas: configurações incorretas, ausência de autenticação em dois fatores, softwares desatualizados e uso de senhas frágeis. Além disso, muitas empresas ainda operam sem políticas estruturadas de segurança, firewall ou controle eficiente da rede.
Mas esses desafios não são exclusivos do Brasil. “A cibersegurança é hoje um desafio global. Vemos os mesmos problemas se repetirem em diferentes países da América Latina, com destaque para a falta de profissionais especializados e a rápida evolução das ameaças digitais”, observa o executivo.
Com isso, cresce a busca por estruturas mais robustas, que vão além da proteção tradicional e contemplam gestão de acessos, automação de respostas a incidentes e visibilidade em tempo real. “Na Dot a Dot, atuamos com tecnologias como SD-WAN com firewall integrado, aliadas ao acompanhamento contínuo de circuitos e dispositivos. Isso garante maior resiliência, mesmo em operações distribuídas e de grande escala”, destaca Oliveira.
A aceleração digital e a migração para a nuvem ampliaram tanto a exposição quanto a dependência das organizações em relação aos seus dados. “Um dos principais ativos de uma empresa hoje é o seu banco de dados. Sem ele, a operação praticamente não existe. E com essa crescente interdependência de soluções conectadas, a segurança precisa ser considerada desde o início da estratégia de negócio”, reforça.
Entre as boas práticas recomendadas para manter ambientes seguros, Oliveira destaca: políticas bem definidas, gestão criteriosa de acessos, auditorias regulares, backup, segmentação de rede e treinamentos contínuos para os times. Ele também enfatiza a importância de contar com parceiros tecnológicos confiáveis, que ofereçam soluções alinhadas às necessidades da empresa e contribuam efetivamente para um ecossistema de segurança mais sólido.
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