Cibercriminosos podem explorar ressarcimento do Fundo Garantidor de Crédito

Cibercriminosos podem explorar ressarcimento do Fundo Garantidor de Crédito, adverte Check Point Software
 

Fernando de Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil, alerta novamente para a movimentação de cibercriminosos em torno do caso da liquidação do Banco Master e do processo de ressarcimento via Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Os atacantes sempre se atentam a eventos e situações que podem explorar para roubo de credenciais, dados e valores financeiros; por isso, há uma grande probabilidade de que cibercriminosos tentem explorar essa recente situação para aplicar golpes digitais.

Em cenários críticos como este, especialmente envolvendo cadastro, verificação de dados e acesso ao aplicativo (app) do FGC, é comum que grupos mal-intencionados criem páginas falsas, enviem mensagens fraudulentas, apliquem engenharia social e tentem se passar por intermediários para capturar informações pessoais e financeiras. O objetivo deste alerta é justamente antecipar esse risco e orientar as pessoas e até organizações antes que esses golpes se disseminem.

Desde 18 de novembro, o próprio FGC reforçou publicamente que não autoriza intermediários, não cobra taxas, não solicita depósitos prévios e não faz ofertas para agilizar pagamentos. Mesmo assim, cibercriminosos podem praticar ações seguindo o mesmo padrão de promessas falsas, seja em mensagens por WhatsApp, seja em perfis fraudulentos nas redes sociais. A tática é clássica: induzir o usuário a clicar em links maliciosos, baixar aplicativos falsos contendo phishing ou fornecer credenciais para suposto suporte técnico — tudo com aparência extremamente convincente.

Segundo Falchi, golpes dessa natureza usam o mesmo vetor que tem impulsionado fraudes no ecossistema financeiro: engenharia social atrelada à falta de controles, ambientes pouco segregados e operadores que, pressionados pela urgência, acabam cedendo a pedidos enganosos. “O erro humano continua sendo o principal ponto de entrada; basta um clique errado para os atacantes capturarem credenciais, tomarem contas ou instalarem malware capaz de monitorar tudo em tempo real”, aponta.

O especialista reforça que ataques dessa categoria podem envolver desde páginas falsas que simulam o aplicativo ou o portal do FGC até malware inserido em arquivos que, supostamente, conduzem o usuário ao passo a passo do ressarcimento. É exatamente assim que grupos criminosos operam hoje: profissionalizados, organizados como empresas, com divisão de tarefas, infraestrutura própria e operações 24×7 para escalar fraudes em larga escala.

Para evitar que os usuários sejam vítimas, a Check Point Software recomenda as práticas essenciais já orientadas em golpes envolvendo PIX, entre outros:

  • Acesse somente os canais oficiais do FGC (site ou apps listados nas lojas oficiais). Nunca baixe aplicativos via links enviados por terceiros.
  • Desconfie de qualquer mensagem que ofereça intermediação, agilização de pagamento ou antecipação de valores. O FGC não faz esse tipo de contato.
  • Verifique atentamente o endereço dos sites: erros sutis de grafia, domínios estranhos ou URLs encurtadas são sinais de ataque.
  • Nunca compartilhe códigos, senhas ou dados pessoais com supostos atendentes. Ninguém do FGC solicita esse tipo de informação.
  • Ative a autenticação de múltiplos fatores em todos os serviços financeiros e mantenha dispositivos atualizados.
  • Mantenha soluções robustas de segurança instaladas, capazes de bloquear phishing, malware e sites maliciosos em tempo real.

Do lado das instituições, Falchi reforça que o momento exige maturidade operacional: segmentação de ambientes, monitoramento contínuo, criptografia forte e resposta automatizada baseada em IA. “Não basta tecnologia; é governança, processos bem definidos e times alinhados. Segurança é maratona, não corrida de 100 metros”, afirma.

A recomendação final da Check Point Software é simples e direta: em caso de dúvida, pare, respire e verifique. O cibercriminoso sempre usa a pressa como arma. A verificação, feita no canal oficial, é o melhor antídoto para golpes digitais.

 

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