Guerra digital: como a segurança dos pagamentos se reinventa

Guerra digital: como a segurança dos pagamentos se reinventa

O setor de meios de pagamento é uma cadeia extremamente complexa, composta por diversos elos, cada um com um papel crucial para que uma transação seja realizada de forma segura e no menor tempo possível. Cada elo, entre eles credenciadores, emissores, adquirentes, processadores e demais participantes, tem responsabilidades bem definidas e precisa colaborar de maneira eficiente para proteger consumidores e instituições. É a sobrevivência e o desenvolvimento do sistema que estão em jogo. Nos últimos meses, observamos uma atenção crescente a fraudes e ataques cibernéticos, uma preocupação que não envolve apenas as lideranças empresariais, mas órgãos reguladores, parlamentos e o próprio consumidor, por meio de educação financeira e digital.

Em outubro, durante o painel “Guerra digital: quem assume o comando da segurança dos pagamentos?”, no Fórum Payment Anyway, promovido pela Cantarino Brasileiro, debatemos como a evolução tecnológica cria oportunidades, mas também apresenta novos desafios. A velocidade com que ataques digitais se transformam exige sistemas capazes de se adaptar em tempo real, mantendo o equilíbrio entre prevenção de fraudes, transparência e experiência do usuário.

 

Evolução contínua da segurança

A segurança não é um produto isolado: é um organismo vivo que deve ser aperfeiçoado constantemente. Na FastPay, ela integra inteligência e tecnologias como criptografia, tokenização, antifraudes conectados e monitoramento contínuo, permitindo que cada transação seja protegida sem comprometer a experiência do usuário. Com a entrada de novas ferramentas de inteligência artificial, ganhamos a capacidade de processar grandes volumes de dados em tempo real, antecipando riscos e detectando comportamentos anômalos antes que causem impacto.

O cenário de ataques é cada vez mais sofisticado. Observamos, por exemplo, o aumento de aliciamento interno e engenharia social: fraudadores oferecem valores significativos para que colaboradores insiram dispositivos ou compartilhem informações sensíveis. Também vemos ataques de malware com código aberto, que permitem que qualquer pessoa, inclusive estudantes, adapte e amplie essas ameaças rapidamente. Para combater essas estratégias, adotamos políticas de dupla alçada, monitoramento constante e arquitetura de sistemas robusta, garantindo que vulnerabilidades sejam rapidamente detectadas e mitigadas.

 

Inteligência Artificial como protagonista

A IA desempenha um papel central na segurança dos pagamentos modernos. Ela permite analisar dados históricos, monitorar transações em tempo real e identificar padrões de comportamento suspeitos, antecipando riscos antes que se transformem em prejuízos. Modelos supervisionados e não supervisionados, combinados com visão 360º do cliente e do mercado, tornam possível não apenas reagir, mas agir proativamente, ajustando políticas de risco conforme o contexto e as ameaças emergentes.

A capacidade de analisar múltiplos meios de pagamento simultaneamente (cartões, Pix e outros), permite detectar inconsistências e prevenir fraudes antes que cheguem ao consumidor. Um exemplo prático citado no painel foi a detecção de perfis que realizam fraude no Pix e podem migrar para cartão de crédito. Com auxílio da Inteligência Artificial, conseguimos agir preventivamente, bloqueando a fraude e evitando prejuízos.

 

Segurança como cultura

Cada colaborador deve compreender seu papel na proteção de dados e transações, tornando a segurança parte do DNA da empresa. Essa conscientização se estende além da organização, impactando diretamente a confiança do consumidor e a percepção do mercado sobre a integridade das operações.

É fundamental que todos entendam os impactos reais da fraude, desde prejuízos financeiros até consequências para a vida das pessoas. Casos de golpes financeiros que afetaram famílias e até resultaram em tragédias reforçam a importância de políticas rigorosas e da educação interna. Esse entendimento transforma a obrigação de seguir políticas em um compromisso consciente com a proteção e a integridade do sistema de pagamentos.

O futuro dos pagamentos digitais exige integração entre inovação, colaboração e inteligência. Ferramentas avançadas de monitoramento, a aplicação estratégica de IA e uma cultura sólida de segurança são essenciais para construir um mercado mais confiável. A governança de dados, o treinamento contínuo de equipes e o fortalecimento da infraestrutura tecnológica permitem reagir rapidamente a novas ameaças e garantir que cada transação seja segura.

A segurança dos pagamentos é um esforço coletivo, e nosso compromisso é garantir que cada transação seja protegida, cada consumidor seja atendido com confiança e cada empresa possa operar em um ecossistema robusto, seguro e preparado para o futuro.

Por: Ender de Souza Batista é CTO da FastPay.

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