Feminismo em Cybersecurity. Sim, há descriminação !

por Kleber Melo

Feminismo em Cybersecurity. Sim, há descriminação !  Quem me conhece sabe que gosto, respeito e apoio a diversidade em todos os níveis pessoais e profissionais, acredito profundamente que uma sociedade só pode ser construída através do respeito à diversidade. No meio profissional a diversidade trás o equilíbrio da razão e da intuição, que nos permite ver além do que se mostra a nossa frente nas mais diversas situações e tomadas de decisão. Pender para um lado ou outro é ignorar que sempre existem três verdades: a minha, a sua e a verdade absoluta. E exatamente por isto trabalhar de forma equilibrada com respeito e valorizando o melhor de cada profissional, não importando seu sexo ou opção sexual, sua opção religiosa ou sua raça, é a melhor opção para se construir uma equipe vencedora.

“Sim há uma descriminação de profissionais femininas no mercado e em especial em Cybersecurity”

Mas de fato temos que reconhecer, e o primeiro passo para resolver é reconhecer, até pelos números existente e pelos relatos que ouvimos constantemente, que “sim há uma descriminação de profissionais femininas no mercado e em especial em Cybersecurity.”

Com este pensamento e inquietação, vasculhando os feeds de notícias para trazer aos leitores do Blog Minuto da Segurança, me deparei com um infográfico e um texto editorial da SC Magazine que me chamou a atenção  e quero compartilhar com vocês no intuito de nos fazer pensar um pouco mais sobre este tema.

Segundo o infográfico da SC Magazine,  A América Latina tem apenas 8% de mulheres na área de Cybersecurity, enquanto na América do Norte tem 14%. Quando perguntado sobre remuneração a pesquisa que deu base ao infográfico afirma que 57% das mulheres de cybersecurity dizem que ganham menos que os homens da área e 87% dizem que são descriminadas de “forma inconsciente” e 53% dizem que a discriminação afeta o avanço na carreira.

 

O feminismo é para todos!

Outra notícias que me chamou a tenção na SC Magazine foi o texto escrito por  da SC Magazine, onde ela relata que recentemente, uma realizada e auto-proclamada “mulher mandona” em segurança postou em sua página no Facebook uma notícia do meio de comunicação InspireMore.com que imediatamente chamou a atenção sua atenção.  A manchete dizia: “Você é de fato desigual – Carta de uma mulher estudante de engenharia que tornou-se viral”

Tomada de curiosidade, Illena relata que gostaria de saber se este artigo iria irritá-la ou era apenas “clickbait” (uma isca para um click). Illena, nunca tinha ouvido falar no InspireMore.com.  Aparentemente, este é um meio de comunicação iniciado em 2014 para disseminar histórias edificantes de todo o mundo. Este artigo era uma “Carta ao Editor” de Jared Mauldin, estudante de engenharia da Eastern Washington, que se dirigia as “mulheres” de suas salas de engenharia. Ele se sentiu compelido a chamar a atenção nesta ocasião de quão “desigual” ele e suas colegas do sexo feminino são. “Eu não cresci, por exemplo,  num mundo que me desencorajou de me concentrar na ciência. Nem vivi em uma sociedade que me disse para não se sujar, ou disse que eu era mandão ao exibir as habilidades de liderança “, escreveu ele. E competou: “Eu nunca tive dificuldade com a mentalidade de um ‘Clube de Meninos’, e não vou enfrentar mais  escrutínio ou comentários sobre o fato de ser ‘contratador de diversidade.’ Quando eu tiver sucesso, a suposição dos outros será que eu ganhei“.

Segundo Illena, “a carta foi encorajadora. Sim, é irônico que uma nota escrita por um homem sobre a desigualdade das mulheres em campos relacionados a STEM (science, technology, engineering and math) tenha se tornado viral.” De fato, Mauldin citou dizendo que suas palavras não eram diferentes de escritores feministas. “O fator distintivo é que eu sou um homem. Esse é o problema.

É, mas segundo Illena, sua parte reflexiva, também vê que um movimento de proporções incomparáveis ​​está em andamento. Sim, medidas foram tomadas e grandes avanços foram feitos. No entanto, parece que mais mulheres globalmente estão sendo mais barulhentas, mais orgulhosas, mais assertivas – exigindo igualdade em todas as frentes. “Estamos marchando em D.C. e outras cidades. Estamos compartilhando nossas #metoo histórias. Estamos concorrendo a cargos no governo e ganhando. E estamos florescendo e liderando em uma série de profissões.“, diz Illena.

Isso está acontecendo por causa do ativismo organizado e sustentado por todos que entendem que viver nossas vidas como desejamos sem prejudicar os outros é a escolha de todos, todos estão certos. E, enquanto as mulheres experimentam o retrocesso, como mostra nossa cobertura anual do WIS, também temos os likes  de Mauldin que entendem que estamos começando de um lugar onde temos que ser fortes a partir do salto. Em uma sociedade patriarcal bem enraizada, isso é importante. Mas, ainda mais importante do que a evolução do pensamento de algumas pessoas é o avanço contínuo da igualdade das mulheres em todos os níveis da vida cotidiana que foi duramente conquistado por nossas antecessoras e será defendido por todas as mulheres resilientes, talentosas, sagazes e “mandonas” nesta indústria e além.

 

Conclusão:

Vou recapitular aqui um texto do artigo “Como Construir Times de Alta Performance” , publicado aqui no Blog Minuto da Segurança, há algum tempo (este e outros artigos sobre liderança podem ser encontrados através do link/menu Leadership no top da página) . A situação relatada no artigo fala sobre uma equipe multicultural e diz o seguinte:  “ …aprenderam a respeitar as diferenças de “estilo” que eles começaram a valorar como “pontos fortes” que a equipe poderia alavancar. Os extravertidos e os introvertidos ganharam uma nova compreensão de suas diferenças. Da mesma forma, a equipe começou a tomar consciência das profundas diferenças, ditadas pelos seus genes através de suas personalidades, da forma como eles coletam informações, tomam decisões e estruturam seu ambiente. Durante as pausas de refresco, eu ouvi vários participantes relacionarem seu novo entendimento com situações familiares. Eles descobriram os padrões em seus estilos de comunicação que eles disseram que os ajudariam a fazer um melhor trabalho de compreensão de seus cônjuges e filhos. Em suma, eles adquiriram uma nova compreensão da importância de respeitar as diferenças pessoais.”

Outro ponto importante deste artigo é que ” … a “inteligência emocional” de uma equipe é um fator emergente que deve ser considerado e desenvolvido.  Pesquisas sólidas mostram que as equipes cujos membros exibem um alto nível de inteligência emocional se juntam mais rapidamente e conseguem maiores níveis de produtividade mais rapidamente do que equipes com menos inteligência emocional. O “contágio emocional” é um problema muito real na vida dos times – os membros da equipe “pegam” as emoções de outros membros da equipe. 

Se tomarmos estes trechos e o texto de Illena acima, podemos facilmente relacioná-los e entender que pudermos fazer um trabalho de Inteligência Emocional (a iniciar por nós mesmo) e ter diversidade na equipe, seja ela cultural, racial, sexo ou religiosa,  teremos uma grande chance de termos uma equipe altamente comprometida e de alto desempenho, trabalhando feliz, com respeito e colaboração, pois ninguém é perfeito ou sabe tudo, portanto um completará o outro e saberá que o sucesso de um é o sucesso de todos!

 

por: Kleber Melo – Sócio Diretor da MindSec Segurança e Tecnologia da Informação.

 

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Referências : Feminism is for everyone & Woman in IT Security ambas da SC Magazine

 

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